sábado, 27 de outubro de 2007

Despertar

Chove.
Lá fora e dentro de mim. Chuva que lava, água que vai arrancando sentimentos que antes estavam tão enraizados.
Como uma fonte que em tempos transbordou mas que depois pouco a pouco foi secando.
"O tempo cura tudo." Cura muitas coisas e as que não cura transforma.

Quando o nevoeiro se dissipa e se volta
a ver tudo com mais clareza é uma grande sensação de liberdade. Fica mais fácil respirar quando se depende só de nós, quando a alma não está presa.
Recomeçar. O vazio de novo. Buscar outra vez. Sem nunca perder a esperança de um dia encontrar o oásis, transpostos que estarão muitos desertos.
Quem nada teve, também não perde nada.
Esquecer sem renegar o passado. Reconhecer o entusiamo e ansiedade com que se percorriam os dias.
Futuro.
Mudança de vida. Novas oportunidades. O mundo real. Uma batalha a travar até ao fim. De braços e coração abertos para quem puder vir. Mas com a consciência de que se tem um valor imenso, independentemente das circunstâncias em que se esteja, e de que ninguém é mais importante e merece mais a nossa atenção e cuidado do que nós próprios.

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