domingo, 16 de setembro de 2007

Portugal é considerado um dos mais tristes e melancólicos países da Europa. Fomos mesmo o povo que moldou uma palavra só sua para representar a dor provocada pela ausência e a distância: a Saudade.
A nossa música canta o destino, o Fado, num tom que mesmo quem ouve e não compreende a língua apelida de triste e magoado.
Desde que me conheço que sinto a tristeza e a melancolia coladas à pele, mesmo nos momentos de maior alegria. Quando estou triste escrevo melhor, as palavras fluem com maior intensidade. É um estado de alma inspirador.
Vejo-a em todos os rostos numa dada altura, muitos a trazem no bolso. Apesar disso, é um sentimento que envergonha as pessoas, por isso o escondem debaixo do tapete e disfarçam com sorrisos e alegria.
Ninguém grita aos ouvidos do mundo que está triste, o que todos dizem ou anseiam um dia poder dizer é “Estou feliz!”, “Sou feliz!”...
De onde vem esta tristeza? Nasce connosco? É transmitida pelos que nos rodeiam? Ou resulta dos altos e baixos próprios da vida? Provavelmente surge da mistura de tudo isto.
A tristeza assoma das mais ínfimas circunstâncias, muitas vezes a nossa alma grita-a sob a forma de lágrimas que nos caem pelo rosto, outras, o sorriso conta-a baixinho e com discrição.
Sim, porque se lágrimas podem ser de tristeza ou alegria, o sorriso pode ter também dois sentidos. No sorriso mais expressivo pode estar contida a mais profunda tristeza.
Porquê proclamar o Amor, a Felicidade ou a Amizade e não a Tristeza, se quando todos vão embora é ela que fica?!


Ó Gente da Minha Terra by Mariza

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