Acabei ontem de ler Little Children, em português Pecados Íntimos, de Tom Perrotta. ADOREI o livro. Uma escrita muito fluída, viciante, apimentada com humor, onde nem se dá pelo tempo passar.
Basicamente conta a história de Sarah, uma feminista, bissexual, não muito atraente, que quase sem saber como dá por si passados alguns anos a viver nos subúrbios de uma pequena cidade, casada e com uma filha de 3 anos, a levar uma vida de doméstica e cujo ponto alto do seu dia se resume a um passeio até ao parque infantil, onde se encontra com outras mães de personalidades que nada têm a ver consigo. Até à altura em que chega o "Rei do Baile".
Todd é um homem de 31 anos, atléctico, bem parecido, casado com uma jovem e bela realizadora, com um filho pequeno. Estudou Direito mas já por duas vezes não conseguiu passar no exame da Ordem, que lhe permitirá exercer. Naquele momento prepara-se para a terceira e que definiu como última tentativa, entretanto optou por ficar em casa e dedicar-se a cuidar do filho.
Pelo meio, surge um exibicionista e suspeito de homicidio, acabado de sair da prisão, que se mudou para a vizinhança para viver com a mãe idosa, e que o ex-policia Larry se encarrega de fazer tudo para o expulsar do bairro.
O final foi o que menos gostei no livro, já que se optou por dar o destino politicamente e socialmente correcto às personagens principais. Contrariando a expectativa que fui criando ao longo da narrativa e mesmo o que o autor foi indiciando que seria o desfecho. É caso para dizer que foi um final surpreendente.
Este livro foi passado a filme em 2006, pela mão de Todd Field, e pelo que me é dado a perceber manteve-se bastante fiel ao livro. Mais um filme que quero muito ver.
2 comentários:
este foi na minha opinião um dos grandes filmes do ano passado. Quanto ao final, é refrescante pelo menos do ponto de vista dos dois principais personagens. aliás, o livro / filme chama-se little children por um motivo essencial: ao longo de toda a história tomam decisões mais ou menos irreflectidas e imaturas até que chega o momento de crescer novamente no final.
Gostei muito, e o Patrick Wilson é um excelente actor - como já antes visto em "Angels in America"
Por acaso não concordo que tenham crescido no final, pelo menos ele. Refiro-me ao livro, no filme não sei se se passa do mesmo modo. Quando Todd (Brad no filme segundo sei) teve que tomar uma decisão adulta, de deixar a vida que conhecia até ali para trás e recomeçar tudo de novo, ao lado de outra mulher, acobardou-se e continuou sem assumir o controlo da sua vida.
Mas esta é a minha interpretação.
Quanto ao Patrick Wilson, vi-o em Hard Candy.
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