sexta-feira, 14 de março de 2008

Esta insatisfação

ESTOU ALÉM

Não consigo dominar

Este estado de ansiedade
A pressa de chegar
P'ra não chegar tarde

Não sei de que é que eu fujo
Será desta solidão
Mas porque é que eu recuso
Quem quer dar-me a mão

Vou continuar a procurar
A quem eu me quero dar
Porque até aqui eu só:
Quero quem eu nunca vi
Porque eu só quero quem
Quem não conheci
Porque eu só quero quem
Quem eu nunca vi
Porque eu só quero quem
Quem eu nunca conheci
Porque eu só quero quem
Quem eu nunca vi

Esta insatisfação
Não consigo compreender
Sempre esta sensação
Que estou a perder

Tenho pressa de sair
Quero sentir ao chegar
Vontade de partir
P'ra outro lugar

Vou continuar a procurar
O meu mundo
O meu lugar
Porque até aqui eu só:
Estou bem aonde não estou
Porque eu só quero ir
Aonde eu não vou
Porque eu só quero estar
Aonde não estou
Porque eu só estou bem
Aonde não estou

António Variações

Se tivesse que anexar um poema ao meu estado de espírito de hoje (e de sempre talvez) provavelmente seria este, da conhecida canção de Variações.
Diz tudo. A insatisfação constante. O desejar o que não tenho e quem não tenho nem conheço. O querer estar onde não estou. E a vontade intrínseca de continuar a procurar o meu mundo ou o meu espaço no mundo.
Na realidade, são estas pequenas buscas interiores que me empurram para a frente.
Hoje li uma frase que era mais ou menos isto "Os finais felizes não apagam as nódoas negras do trajecto.", de Júlio Machado Vaz. Sofrer é indissociável de viver, são verbos que se conjugam juntos. É acreditar num possível final feliz que me dá força para acomodar e ir sarando as nódoas negras do meu percurso.

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